Educação é o bem mais precioso numa sociedade. É com boa educação que se molda o mundo, que se transforma os seres humanos e que se progride as relações interpessoais. A educação é transformadora em vários níveis, modificando a postura do cidadão perante a vida, alterando para melhor o lugar onde vive e, sobretudo, melhorando a relação entre indivíduos. É com educação que respeitamos o próximo, que votamos da maneira mais acertada e que transformamos cidades e países. Trata-se de um recurso para alcançar o desenvolvimento de uma nação e de cada pessoa que nela habita. Sem educação não há progresso. Tudo fica pela metade. É por isso que, no Dia da Educação, precisamos parar um instante e pensar: faço o suficiente para tornar a educação melhor? Todos os envolvidos na área precisam dar o melhor, buscar alternativas, ir além e romper alguns paradigmas existentes. O caminho que leva à boa educação é, por vezes, muito difícil. Mas nunca podemos desistir dele.
terça-feira, 28 de abril de 2015
quarta-feira, 22 de abril de 2015
Sustentabilidade
Nos dias atuais, a questão da sustentabilidade se faz necessária para garantir o futuro das próximas gerações, da sociedade como conhecemos e do planeta. A sustentabilidade envolve novos paradigmas de produção, de educação, de desenvolvimento, de uso dos recursos naturais e, sobretudo, envolve uma educação voltada para valores que coloquem em primeiro plano a correta utilização de tudo o que é produzido e utilizado. Ser sustentável é um desafio que empresas e sociedade precisam abraçar juntos. A sustentabilidade encontra força na coletividade, na cidadania e nas ações positivas, priorizando aspectos voltados ao bem comum. Atualmente, em pleno século XXI, ainda é imperativo lutarmos para que nossos governantes adotem um sistema de gestão que traga benefícios não só às pessoas, mas também ao meio ambiente. E, o mais importante, ainda é muito importante educar os indivíduos, sobretudo os mais jovens, para que eles possam dar continuidade a um modo de vida que congregue o bem-estar das pessoas com o bem-estar do planeta.
quarta-feira, 15 de abril de 2015
Professor
O papel do professor nos dias de hoje é fundamental. Num mundo cada vez mais digital, onde as redes sociais imperam e o acesso a vários tipos de conteúdo é quase ilimitado, é necessário que haja alguém que seja uma luz. Faz-se necessário uma voz orientadora, que aponte os melhores caminhos, que ajude na pesquisa, que dê orientações sobre a importância da privacidade nas redes, que esclareça as dúvidas e que, sobretudo, seja um exemplo. O professor é tudo isso é muito mais. É quem ensina e quem edifica o conhecimento. Dá suporte ao aluno. Muitos alunos não se importam, possuem alterações de comportamento e não rendem o que se espera deles. No entanto, há os que valorizam o professor e o ensino. Uma coisa é certa, o professor é peça fundamental no processo de melhorias de um país. É uma profissão que merece respeito e valorização. Sem professores uma sociedade regride. É com eles que o mundo se torna melhor.
quarta-feira, 8 de abril de 2015
David Hume e a aprendizagem pelo “habito da mente” e pela verificação
David Hume, filósofo escocês e empirista do século XVIII, estudioso da história a da política inglesa, tornou-se notório pelos conceitos que criou para compreendermos como se dá o conhecimento humano. Para ele, o conhecimento é baseado em um princípio que ele chamava de princípio da causalidade. Simplificando, nossa mente interpreta as experiências que temos a partir das memórias das experiências anteriores, ou seja, a partir de um hábito de causa e efeito. Por exemplo, se o pneu de um carro furar (efeito), imediatamente fazemos uma lista mental das múltiplas causas possíveis (prego, parafuso, defeito de fabricação, problemas com a válvula, etc.). Todas as causas são baseadas em experiências passadas de nossa memória ou da memória dos outros. Mas, igualmente, todas elas são baseadas em crença, pois todas, sem exceção, são possíveis. Para dirimir a dúvida, Hume, como bom empirista, advoga o princípio da verificação ou, no caso do pneu, verificar a causa verdadeira em um borracheiro.
Verificada a causa real, as outras elencadas são anuladas.
Em parte, com esse hábito, o conhecimento ganha um padrão para interpretar as novas experiências sem grandes sustos ou novidades. Por outro lado, esse hábito nos conduz a “acreditar” que o mesmo modelo de interpretação de uma experiência, serve para todas as experiências, o que pode, em algum momento, ser equivocado ou falso. Isso ocorre principalmente quando a nossa mente faz associações entre eventos parecidos.
Utilizando novamente o exemplo do pneu, se o furo é provocado por prego no primeiro dia, também por prego no segundo dia, no terceiro, quarto, quinto, até o décimo dia, nossa mente vai associar ou ligar um evento com o outro e, se o pneu furar de novo no décimo primeiro dia, automaticamente, interpretaremos como sendo prego mais uma vez. Porém, a verificação pode revelar que não foi prego nesse dia, mas um parafuso. Logo, a mente cria um hábito ou padrão para explicar o pneu furado que, em um determinado momento, pode não funcionar.
Com o hábito de associar eventos aparentemente semelhantes, Hume apontou como podemos nos equivocar em muitas situações. Numa situação como um pneu furado tantas vezes, nada a temer, a não ser acreditar que estamos passando por uma grande onda de azar. Mas, no caso de situações e eventos que envolvam vidas e experiências perigosas, acreditar que uma mesma causa explique o efeito atual, pode gerar um padrão que, sem verificação ou informações mais claras, invariavelmente redunda numa tragédia.
Foi o que aconteceu em julho de 2008, quando o menino João e sua mãe, dentro do carro da família, foram “metralhados” no Rio de Janeiro por policiais militares. O menino faleceu dois dias depois. Na época, o secretário de segurança do Rio, José Mariano Beltrame, chamou a operação de “desastrosa, que demonstrou falta de preparo psicológico e operacional”. A mídia fez eco e repetiu “ad nausean” (até enjoar) que a polícia estava despreparada e desprovida de treinamento adequado.
O que diria Hume diante dessa notícia? Se pusermos em prática o ceticismo saudável do escocês o que poderíamos concluir?
O que possivelmente ocorreu é que a polícia já fazia esse tipo de abordagem e, até aquele momento, estava “dando certo”. Dessa vez não deu. Diante de um Estado despreparado a polícia teve que se “reinventar” e precisou criar um padrão para enfrentar uma bandidagem preparada e organizada. Primeiro atira, depois se averigua. É uma ação baseada na crença que, por sua vez, vem da repetição, da memória de experiências anteriores. Não há verificação, não há exercício cético, de questionamento. Numa ação que exigia rapidez, se fez o que estava à mão, ou melhor, se fez a partir do que estava na cabeça. Possivelmente não foi a primeira vez que esses policiais fizeram isso. Daí que a culpa não pode recair apenas sobre eles.
Como no caso do pneu, os policiais usaram as experiências que estavam na memória, numa lembrança de repetição que criou um padrão. O que não contavam é que aquela situação específica pedia outro tipo de postura, ou seja, de dúvida e verificação. Como um borracheiro, que verifica o que furou um pneu, os policiais deveriam verificar quem eram as pessoas dentro do carro. Escolheram seguir a intuição, a crença baseada no padrão e se deram mal. Na linguagem do borracheiro, dessa vez não foi prego. Na linguagem de Hume, a causa nunca é igual.
Ora, se a repetição fez isso com os policiais, imagina com os professores. Pois é isso que deveríamos tomar cuidado. Se por um lado a repetição de padrões são importantes na aprendizagem, porque a mente segue hábitos, por outro lado, ela pode ser perigosa. Perigosa porque os alunos não só devem ser estimulados a encontrarem um padrão, um hábito para que suas mentes se adequem a conhecimentos obrigatórios e fundamentais em cada seguimento escolar, mas igualmente estimulados a pensarem por conta própria, a desconfiarem. Em resumo, o professor também deve assumir o papel de tutor cético, ou seja, motivar seus alunos à pesquisa, verificação e experimentação. Sem isso, fica complicada a aquisição de um novo conhecimento que não caia simplesmente no “hábito da mente”, que adora a decoreba e o conteudismo.
Rogério Carvalho - Assessor Pedagógico
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