A inflexibilidade é algo sintomático e generalizado nos dias de hoje. Associada à intolerância, a discordâncias gratuitas, a modos ríspidos de agir, ela tem se tornado mais comum a cada dia, impulsionando uma rede de ódio, perceptível, em especial, nas mídias sociais, que são um inegável termômetro nos dias de hoje.
A impressão que se tem é que opiniões contrárias não são válidas ou são, prontamente, motivos de questionamentos, muitas vezes sem nenhuma base. Pensamentos contrários, opiniões diversas e outros pontos de vista deveriam ser valorizados e objeto de atenção, reflexão e discussão civilizada.
Infelizmente, parece que, a despeito da tecnologia, que, em tese, favorece o diálogo, as pessoas estão mais fechadas a ele. É justamente contra essa falta de diálogo que os educadores precisam lutar, pois a experiência do convívio humano se dá plenamente por meio da comunicação. É preciso que haja intercâmbio de ideias, de parâmetros e olhares diferentes.
Imperativo é, portanto, aos educadores, estimular a troca de ideias, a empatia, o saber ouvir. Além de favorecer a formação humana dos educandos, isso amplia a sua capacidade cognitiva.
A atividade intelectual é um fluxo, que se comporta como ondas, expandindo-se em várias direções. Para manter a mente sã, faz-se necessário experimentar e contemplar: ter contato permanente com as artes, em suas mais amplas e diversas expressões, apreciar os detalhes da natureza, do comportamento humano, as nuances de tudo o que nos cerca.
Educar (e educar-se) não é apenas informar-se. Trata-se de um processo que envolve muitas dimensões, como a razão, a emoção, a intuição e a sensação. O conhecimento é, portanto, não somente um acúmulo de informações, mas uma conquista do processo educativo como um todo. Nesse processo, todos somos educandos e educadores; a flexibilidade é a chave da interação, da empatia e do exercício do respeito.
Prof. João Artur Izzo
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