Inicio o texto perguntando: quem disse que escrever é fácil? Mas onde está escrito que escrever é um dom, privilégio de poucos, que, de acordo com a imaginação poética, acordam de madrugada, inspirados por um amor impossível, e, de forma mágica, traçam lindos poemas em guardanapos úmidos pelas lágrimas derramadas, em razão do desprezo do ser amado?
Escrever é um ato difícil para qualquer um, inclusive para jornalistas, compositores, escritores, cartorários e outros, mas escrever é um ato possível para todos.
Há muitas falsas ideias sobre a escrita. Escrever não é um dom, depende de leitura, dedicação e pesquisa. Escrever se trata de uma habilidade, como muitas outras, a ser desenvolvida. Aprende-se a escrever escrevendo. Isso está ao alcance de qualquer um, basta tentar.
Nenhum dos poetas que admiramos escrevem como num passe de mágica. Brigam com as palavras! Umas vem, outras vão. Umas saem, outras ficam. É como um quebra-cabeça, até conseguirmos encaixar todas as peças. E quem nunca brincou com peças de encaixe?
É preciso que nós professores desmistifiquemos o mito a respeito da escrita. Uma das principais estratégias para escrever com proficiência é ler bastante, manter-se bem informado e escrever, escrever, escrever... desde receitas de bolo para a vovó, até lindos versos para a pessoa amada. Desta maneira, descolarizaremos a escrita, tornando-a mais popular e acessível a todos e, principalmente, para os nossos alunos.
Já escrever poesias, nada mais é que brincar com palavras... Estica, puxa, agarra-lhes pelos cabelos, brincar sem derrubar tudo não tem graça. É isso que acontece quando nos dispomos a escrever poesias. Jogamos uma palavra para lá, outra para cá. Jogar com as palavras é um ato engenhoso, é rascunhar, é amassar um monte de papel até encher o lixo. E as rimas, que não são obrigatórias, são gostosas de ouvir e, se bem utilizadas, são um ótimo recurso didático. É possível imaginar um ritmo para cada poesia antes mesmo de terminá-la.
Se nos falta imaginação, podemos exercitar nossa escrita partindo de nossa vivência, buscando na memória brincadeira e brinquedos de nossa infância, o biscoitinho da vovó, o animalzinho de estimação. Se todos temos um passado rico em histórias, então temos poesia na alma, a poesia é intrínseca à própria vida, por que não passá-la para o papel? Mãos-a-obra! Isso é só o começo!
Rosinei Catarina Jacinto
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