terça-feira, 24 de março de 2015

Avaliação




A avaliação é um dos aspectos que compõem o processo educativo escolar, constituído por vários outros, como planejamento, conteúdos, recursos e estratégias. Há duas dimensões importantes que devem estar presentes no processo de avaliar: a ética e a técnica.
A palavra avaliação deveria soar como uma provocação, um convite a novas reflexões sobre um tema polêmico. Praticamente todas as crianças brasileiras estão matriculadas no Ensino Fundamental. Mas, qual é o cenário que temos? 
Sabemos que predomina uma realidade perversa. O fracasso escolar fere a autoestima do educando e impossibilita que ele avance na construção de conhecimentos relevantes para a sua vida em sociedade.
De quem é a culpa? Acredito ser da família, do sistema e da escola. É claro que a escola sozinha não conseguirá mudar esta realidade. Mas, se a escola cruzar os braços e se imobilizar, a sociedade perderá um de seus atores mais importantes para as transformações urgentes que precisam ser feitas.
É preciso pensar sobre os instrumentos de que a escola dispõe para empreender sua luta. Sendo a avaliação um deles, faz-se necessário redimensionar a sua prática no contexto escolar. Então, não só o aluno, mas o professor e todos os envolvidos na prática pedagógica podem, por meio da avaliação, refletir sobre sua própria evolução na construção do conhecimento.
O educador deve ter, portanto, um conhecimento mais aprofundado da realidade na qual vai atuar, para que o seu trabalho seja dinâmico, criativo e inovador. Assim, contribuirá para um sistema de avaliação mais justo, que não exclua o aluno do processo de ensino-aprendizagem, mas o inclua como um ser crítico, ativo e participante dos momentos de transformação da sociedade. 
"Seja pontual ou contínua, a avaliação só faz sentido quando leva ao desenvolvimento do educando", afirma Luckesi. 

Ana Cristina de Almeida
Psicóloga e Assessora Pedagógica

terça-feira, 17 de março de 2015

BULLYING: precisamos falar sobre isso.



Dia 09 de março morreu um adolescente de 14 anos após ser brutalmente espancado nas dependências de sua escola, em São Paulo. O motivo? Ele era filho de homossexuais e sofria bullying diariamente. Quantas crianças ainda precisarão passar por isso? Quantos ainda serão ridicularizados, espancados e/ou mortos por conta de sua condição sexual, de sua cor, de seu peso, de sua origem? O que as escolas têm feito para tratar do problema dentro de suas dependências, um espaço de socialização por natureza?
Apesar de ser uma palavra relativamente nova, o bullying vem ganhando espaço cada vez maior na mídia nacional e internacional. Ainda sem tradução no Brasil, o termo, de origem inglesa, se refere a comportamentos agressivos na escola. Os atos de violência física ou psicológica, praticados sistemática e intencionalmente têm por objetivo intimidar, humilhar, agredir, maltratar e amedrontar suas vítimas. Podem ser verbais (insultos, ofensas, apelidos pejorativos, etc), físicos e materiais (bater, empurrar, destruir ou roubar pertences), psicológicos e morais (humilhação, exclusão, chantagem, discriminação, intimidação, calúnia e difamação), sexuais (abuso, estupro, assédio, insinuação) e virtuais ou ciberbullying (internet, filmadoras, celulares, etc)¹.
Embora não haja um padrão de reações ao bullying, a Cartilha do Ministério da Justiça sobre o tema² aponta que os problemas mais comuns entre as vítimas são: desinteresse pela escola; problemas psicossomáticos; problemas comportamentais e psíquicos, como transtorno ou síndrome do pânico, depressão, anorexia e/ou bulimia, fobia escolar, fobia social, ansiedade generalizada, entre outros. Além disso, o bullying pode potencializar e agravar, em casos mais dramáticos, problemas preexistentes, como esquizofrenia, homicídio e suicídio, devido ao tempo de exposição prolongado ao estresse a que a vítima é submetida.
O fato de cada vez mais casos de bullying surgirem na mídia não significa necessariamente que os casos estejam aumentando. É possível que isso indique uma preocupação real em identificar, prevenir e erradicar esse fenômeno universal. Reprimir o bulliyng é uma medida provisória de resultados duvidosos e temporários, pois o problema não é resolvido, apenas abafado. É uma medida compensatória de curto alcance.
Apenas disseminando uma educação voltada aso valores humanos, à paz e à empatia, será possível combater o problema em sua raiz. É evidente que a família tem papel importante. Contudo, a escola deve ser protagonista, no sentido de alimentar uma educação em que o reconhecimento e o respeito sejam imperativos. Já fomos muito tolerantes com o bullying por anos e anos. Agora é o momento de interromper, com firmeza e determinação, sua vil trajetória.

¹ Fonte: Silva, Ana Beatriz Barbosa. Bullying. Cartilha 2010 - Projeto Justiça nas Escolas. Ministério da Justiça, Brasília: 2010.
² Idem.

Cássia Janeiro

terça-feira, 10 de março de 2015

O que é gestão?


O que é gestão? De modo simplificado, gestão é administrar recursos humanos e materiais da maneira mais assertiva possível, visando aproveitamento máximo destes recursos. Um sistema gestacional sistematiza práticas administrativas para atingir metas e alcançar resultados positivos. No mundo moderno, circunscrita na atual conjuntura de negócios, gestão é o que define sucesso ou fracasso. Tudo o que se refere ao âmbito administrativo orbita em torno da boa prática gerencial, que tem como pedra fundamental um conjunto de normas, princípios e funções. A gestão eficiente ou a má gestão se faz através do uso sistemático destes elementos norteadores. Muito se fala das políticas públicas no Brasil. É bastante comum, mais até do que o normal, as pessoas e a mídia apontarem várias falhas sistêmicas. Os meios de comunicação não se cansam de divulgar as mazelas sociais, de infraestrutura ou de natureza política. Filas em hospitais, mau funcionamento de serviços básicos, pouca qualidade nas obras públicas e um cem número de notícias sobre temas diversos que seria impossível listar. No final, tudo se resume a uma só coisa: gestão. Gestão é o que falta para melhorar a qualidade dos serviços. Não é necessário nada milagroso ou espetacular para o bom funcionamento das instituições. Se os recursos fossem geridos da maneira correta, os serviços mudariam de patamar: deixariam a mediocridade, ou apenas o padrão satisfatório, e saltariam para um platô de qualidade e excelência ideal. Na seara da educação, considero que os dirigentes operam quase que um milagre. O gestor que atua dentro da área educacional é criativo, proativo e pronto para tomar decisões que encontrem ecos naqueles que mais precisam: a população. O bom gestor na área da educação é aquele que administra para evitar desperdícios, para atender aos anseios de seus beneficiários e para extrair o máximo, mesmo diante das adversidades. 
O que é gestão na área educacional? É proporcionar mais do que o processo cognitivo de ensino/aprendizagem. É proporcionar bem-estar coletivo e disseminar o sentimento de que qualquer um pode ir mais longe.

Prof. João Artur Izzo


quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

STJ decide que menor de 6 anos não pode entrar no ensino fundamental

TRF-5 havia autorizado matrícula de criança com capacidade comprovada.
Para STJ, limitação imposta pelo Conselho Nacional de Educação é válida.



segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

O teatro e a tragédia



É impossível mencionar tragédia e não mencionar teatro ou Shakespeare. O teatro é o meio de maior impacto para a tragédia. É no teatro onde se desenvolve, e só é possível ser desse modo, as grandes sutilezas da arte trágica. No palco, o personagem trágico adquire dimensão quase palpável. Os gestos, o cenário e a iluminação também são fundamentais para a composição do momento, tornando a atmosfera ainda mais densa. Um mero posicionamento pode causar um efeito mais preciso e devastador do que o pronunciamento. A própria palavra adquire maior impacto com efeitos cenográficos. Basta citarmos a famosa cena da tempestade de peça trágica Rei Lear. A tempestade é posta como uma coadjuvante do personagem. Suas palavras avultam-se sob os trovões e a chuva. A tempestade é um catalisador de emoções. Para o grande crítico literário Antônio Cândido, o teatro é uma arte bem diversa da literatura. Se na literatura a palavra é fonte da personagem, no teatro a personagem é fonte da palavra, graças à metamorfose do ator em ser fictício. No palco, a personagem já fala antes de pronunciar a primeira palavra. O silêncio do grande ator pode ser mais eloquente do que centenas de palavras, enquanto na literatura o próprio silêncio tem de ser mediado por palavras.

Prof. João Artur Izzo


terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

Rede Municipal de Ensino de Loanda realiza oficina sobre Sexualidade Infantil

A oficina baseou-se em dois eixos para o desenvolvimento do conceito de sexualidade:

- Freud – fases do desenvolvimento sexual e descoberta da sexualidade como parte integral do desenvolvimento humano (Três ensaios sobre a teoria da sexualidade).
- Piaget – fases do desenvolvimento mental e representações através do corpo (A formação do símbolo; A linguagem e o pensamento da criança).
Assuntos discutidos durante as oficinas:
- A educação sexual acontece primordialmente no contexto da família onde a criança está inserida.
  
- A geração anterior era muitas vezes punida e repreendida caso mencionasse ou quisesse saber alguma coisa a respeito de sexualidade. A atual é bombardeada pela estimulação precoce à erotização.

- Há os que acreditam que só estão lidando com a sexualidade a partir do momento em que ela é falada, seja através de informações ou explicações a respeito. Mas onde se inicia, então, esta relação?

- Quando se pensa em educação sexual na infância, automaticamente tem que se pensar, também, em desenvolvimento emocional, isto é, tem que se levar em conta o nível de maturidade e as necessidades emocionais da criança.

- É importante que as questões da criança tenham espaço para serem colocadas e respondidas com clareza e simplicidade, na medida em que esta curiosidade vai se desenvolvendo. 
- Responder à criança de maneira simples, clara e objetiva satisfaz sua curiosidade. 
- A satisfação dessas curiosidades contribui para que o desejo de saber seja impulsionado ao longo da vida, enquanto que a não satisfação ou o excesso de informações gera ansiedade e tensão. 
- A sexualidade infantil é diferente da sexualidade adulta, não contém os mesmos componentes e interesses.
- Muitas vezes, através da dramatização, a criança compreende, elabora e vivencia a realidade que vive. 
- Compreende papéis (mãe, pai, filho, homem, mulher, etc), embora muitas vezes já se perceba menino ou menina e já conheça seus órgãos genitais, assim como experimenta na brincadeira sexos indiferentemente.
Segundo Rosangela Ferneda, assessora pedagógica: 
"Os encontros foram muito produtivos e participativos. Os professores demonstraram profundo interesse tanto no tema abordado quanto nas dinâmicas utilizadas. A partilha denotou grande valia e interatividade. Ressalta-se a importância da parte teórica como subsídio e fundamento para a parte prática. Ficaram assim registrados os momentos de descontração, satisfação e alegria."

Equipe Editora Brasil Cultural